GOLEIRO BRUNO É CONDENADO A 22 ANOS;
EX-MULHER É ABSOLVIDA
Terminou na madrugada dessa sexta-feira o julgamento do ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, e de sua ex-mulher, Dayanne Rodrigues, em sessão de quatro dias realizados no Fórum de Contagem, Minas Gerais. Bruno foi condenado pelos crimes de assassinato e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio, além de sequestro e cárcer privado do filho Bruninho.
Na sentença, lida exatamente às 02h10, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão, sendo que cumprirá um terço da sentença em regime fechado. Como já esteve preso nos últimos três anos, ficará somente mais três na cadeia. Nesse caso, o regime fechado vale mesmo em 17 anos e 6 meses de prisão. Quando entrar no regime semi-aberto, poderá trabalhar durante o dia, e dormir em sua cela a noite.
Já a ex-mulher de Bruno acabou absolvida, e irá fazer agora uma viagem de uma semana.
O CASO
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
O advogado Lúcio Adolfo, que representa o atleta, disse que recorrerá da condenação. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro afirmou que esperava pena de 28 a 30 anos de prisão para o réu e anunciou que vai recorrer para aumentar a punição.
A sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues foi lida em 19 minutos. Em sua decisão, ela disse que a personalidade de Bruno "é desvirtuada e foge dos padrões mínimos de normalidade" e destacou que "o réu tem incutido na sua personalidade uma total incompreensão dos valores".
A magistrada afirmou ainda que "a execução do homicídio foi meticulosamente calculada" e que "Bruno acreditou que, ao sumir com o corpo, a impunidade seria certa".
Por fim, ela lembrou que, assassinada, "a vítima [Eliza Samudio] deixou órfão uma criança de apenas quatro meses de vida".
Para a Justiça, a ex-amante do jogador foi morta em 10 junho de 2010, em Vespasiano (MG), após ter sido levada à força do Rio de Janeiro para o sítio do goleiro em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. A certidão de óbito foi emitida por determinação judicial. A criança, que foi achada com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG), hoje vive com a avó em Mato Grosso do Sul. Um exame de DNA comprovou a paternidade.
O caso ainda continua a ter desfechos pendentes. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, policial acusado de executar o crime macabro, será julgado no dia 22 de abril. Em maio, o caseiro do sítio onde Eliza teria sido morta, e um amigo do goleiro também serão julgados. Sérgio Rosa Sales, primo do ex-goleiro, estava entre os investigados até ser morto a tiros em agosto do ano passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário