23 de maio de 2013

Luto no jornalismo

Ruy Mesquita era responsável direto pelos editoriais do 'Estadão'

MORRE RUY MESQUITA, DIRETOR DO "ESTADO DE SÃO PAULO"

O jornalismo brasileiro perdeu na noite de ontem um de seus nomes mais influentes.

O diretor do jornal "O Estado de S. Paulo", Ruy Mesquita, morreu aos 88 anos, em decorrência de um câncer na base da língua. Ele estava internado havia um mês e se recuperava das complicações de uma cirurgia para a retirada do tumor na região. Os médicos do Hospital Sírio-Libanês, no entanto, não conseguiram conter o avanço da doença. Segundo a direção do hospital, Mesquita veio à óbito às 20h40 desta terça-feira (21).

O corpo do jornalista foi enterrado na tarde de hoje, no Cemitério da Consolação, zona oeste de SP.

O velório começou durante a madrugada desta quarta-feira na casa do jornalista, na Rua Angatuba, 465, no Pacaembu, e terminou por volta das 14h30. A despedida reuniu familiares, amigos e autoridades, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. O ex-governador José Serra esteve no cemitério onde ocorreu o sepultamento.

Rodrigo Mesquita, filho de Ruy, disse que o pai é o último jornalista do século XX. "Ele foi o último grande jornalista do século XX. Ele deixa a lição de que a missão do jornal é perene. Os jornais sempre foram meios das elites. Eles nunca vão competir com a audiência da televisão, da internet. Agora é uma plataforma de articulação da sociedade. Você encontra ali um retrato diário e hierarquizado do conjunto das informações que nos preocupam. O jornalismo não é só distribuir informação pro etéreo. Você precisa ter um ponto de encontro que seja uma referencia pra uma discussao de onde estamos e para onde vamos. É assim que ele olhava o jornal e é assim que nós vamos continuar olhando o jornal", disse.

LEGADO

Ruy era participante do grupo "Estadão" desde a década de 50. Nos anos 60, apoiou o golpe da ditadura militar, em conjunto com sua família, mas logo o rompeu em 1968, ao ver os jornais do grupo serem censurados, nos dias em que eram publicados atos protestantes contra o regime militar.
À época, o grupo era dirigido por seu irmão mais velho, Júlio Mesquita, até a sua morte, em 1996. A partir daí, Ruy chefiou todas as equipes do grupo, onde era diretor desde então.

Além do jornal "O Estado de São Paulo", o grupo Estadão ainda conta atualmente com outras agências noticiárias, como a Rádio Eldorado e o portal Estadao.com.br.

2 comentários:

  1. Olá, tudo bem? O interessante é notar que o próprio jornal já tinha preparado material sobre a morte do jornalista. Saiu um caderno especial e tal. Eu sempre leio o jornal O Estado de S. Paulo. Abraços, Fabio www.fabiotv.zip.net

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    1. O jornal que leio é o Agora São Paulo, mas eles mesmo deram bom destaque sobre Ruy Mesquita. Fizeram o mesmo quando Octávio Frias de Oliveira faleceu. E a Folha fez uma grande homenagem ao saudoso jornalista, falecido em 2007.. Abraços..

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